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Aluno do LPPB é aprovado no mestrado da USP

Fui convidado a escrever um texto para contar minha experiência de ingresso no Mestrado em Neurociência e Comportamento da USP (NEC para abreviar), e espero que possa ser de ajuda para os(as) alunos(as) que queiram seguir carreira de pesquisador(a) depois da graduação.

Já nos primeiros períodos da graduação me interessei mais pela área experimental, em particular a área de psicobiologia/neurociência. Durante meus cinco anos de graduação, estive vinculado ao laboratório do Prof. Bravin, onde trabalhei em projetos envolvendo dependência química e modelos experimentais de psicopatologia. Fiz também uma iniciação científica com o prof. Raphael Cardoso, na área de aprendizagem social em crianças pré-escolares.

Como durante a graduação já planejava seguir carreira acadêmica, vinha desde então pesquisando programas da área. Conversei com alguns professores, e por fim me interessei muito por uma linha de pesquisa que a profª. Dora Ventura iniciou, que é a de avaliação da visão de crianças que foram expostas ao Zika Vírus enquanto estavam sendo gestadas, durante a epidemia de 2015-2016. Vários trabalhos apontam que o vírus causa danos estruturais na retina dessas crianças, além dos danos no sistema nervoso central, daí a necessidade de verificar a extensão das possíveis perdas da acuidade visual que essas crianças tem.

Iniciei meu contato com a profª Dora em julho de 2016, e passamos a trabalhar em um projeto de pesquisa a ser submetido para pedido de bolsa. Paralelo a isso, passei a participar das avaliações das crianças. Uma vez por mês, a equipe do Laboratório da Visão se desloca até Jundiaí-SP para avaliar um grupo de crianças, e passei a colaborar com o grupo da parte de avaliação psicofísica da acuidade visual.

Há alguns requisitos básicos para ingressar na pós-graduação. Falo em em especial da USP, mas acho que eles são gerais para qualquer universidade. Você precisa demonstrar proeficiência em inglês (atestada por provas como TOEFL, IELTS, etc). E precisa também ter uma carta de aceite de um professor para te orientar no projeto de pesquisa que você vai desenvolver durante o mestrado, daí a necessidade de iniciar, o mais cedo possível, o contato com um possível orientador.

Em dezembro de 2016 fiz o processo seletivo para o mestrado, que é composto de duas fases: uma prova escrita e uma entrevista. A prova escrita foi discursiva, com duas questões da área de neurociência e uma questão da área de psicologia.  Tínhamos um período de 4h para fazê-la. Depois de passar na prova, fui convocado para uma entrevista, cujo tema é o seu projeto de pesquisa. Uma semana depois do processo, tive a notícia da aprovação.

Para os alunos interessados em seguir na carreira acadêmica, aconselho duas coisas. A primeira delas é conhecer bem o campo de estudo no qual quer seguir. Procurar ler bem sobre as áreas em que você tem interesse é importante, mas é só o primeiro passo. É essencial ter um contato mínimo pessoal com as áreas em que você tem interesse. E existem várias oportunidades para isso, sejam encontros acadêmicos, cursos de verão, ou estágios de curta duração.

A segunda é iniciar o contato com um possível orientador com antecedência. Muitos professores exigem que um aluno passe algum tempo trabalhando com eles, seja em um estágio de curta duração em seu laboratório, ou experiência equivalente. Se o programa exigir que você faça um projeto de pesquisa antes do ingresso (caso do NEC) você vai usar esse tempo para delimitar uma área de pesquisa e escrever seu projeto.

Espero que mais alunos de Psicologia da Regional Jataí se interessem pela carreira acadêmica. Só espero que escolham outras áreas que não Psicobiologia/Neurociência, pois a concorrência para docência já está alta (brincadeira). No mais, boa sorte a todos, e qualquer dúvida podem me contatar.

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